A “Sessão do Arquetípico”

By 1 de setembro de 2014novembro 11th, 2023Clínicas Arquetípicas

Trecho da apresentação:

Uma das coisas que mais me aproximou da psicologia arquetípica e da leitura de James Hillman foi, hoje vejo, a necessidade de me situar sobre o que seja mais especificamente o trabalho em si da psicoterapia. Não o que fazer, pois existem várias formas de fazer, mas como olhar, como inclinar-se sobre isso, o que me lembra o princípio da caixa de areia, o espaço livre, porém protegido. Você pode imaginar livremente, curvar-se à vontade, desde que seja dentro de uma caixa, de um limite pré-determinado; parece que há uma necessidade tanto dessa livre desenvoltura em fazer mil curvas quanto das limitações. E quais são os limites ou as delimitações de uma clínica arquetípica? Qual o temenos? Qual é a “caixa” de uma clínica arquetípica? Qual o princípio delimitador dessa clínica? Hillman nos diz que, nesse sentido, devemos tentar nos ater à própria precisão da imagem que se nos apresenta.

Hermenegildo Anjos

Trecho da discussão:

Rita Diniz: Penso que esse princípio seja a fidelidade à imagem. Quer dizer, o que surgiu, e o que está surgindo naquele momento, naquela hora única que nunca vai ser outra, aquela coisa da morte; quer dizer, não é possível reproduzir, nunca será outra. O que está surgindo ali naquele momento e as teorias, as prerrogativas, às vezes, podem nos fazer escapar exatamente daquele momento…”

Roberto Gambini: Isso é dizer que a realidade primária é a das imagens, é a da imaginação. Isso já é uma discussão filosófica. Quem não concordar com isso diz, “não, a realidade é o comportamento, não é a imagem, é o comportamento que é a primeira realidade; a minha clínica é uma clínica dos comportamentos”. Eu digo: “não, eu vejo através do comportamento. Vejo que antes dele há um drama imaginal que o aciona, então não vou clinicar o comportamento, vou clinicar o drama imaginal.”